Listinhas

Alguns filmes dos anos zero zero (à atenção do JPC)

The Royal Tenenbaums, Wes Anderson (2001)
O mais próximo que se pode chegar da infância a partir da idade adulta.

Code Inconnu, Michael Haneke (2000)
Não sei se é o melhor Haneke da década (talvez prefira Caché), mas é o melhor exemplo do seu cinema, feito de histórias de violência, da dialéctica contenção/explosão e de um afastamento emocional em relação às personagens. Michael Haneke é um mestre da montagem. E sabe como ninguém que a força da sua mensagem está na aparente inexistência de qualquer mensagem.

Ghost World, Terry Zwigoff (2001)
Um filme sobre as manias, as idiossincrasias, as pequenas e fúteis obsessões. As minhas, bem entendido. E com diálogos como este: R.: This is so bad it's almost good. E.: This is so bad it's gone past good and back to bad again.

Far from Heaven, Todd Haynes (2002)
O Douglas Sirk possível com uma actriz muito mais bonita que as dos filmes de Douglas Sirk.

L'Adversaire, Nicole Garcia (2002)
Baseado num romance de Emmanuel Carrère (também autor da biografia de Philip K. Dick Je suis vivant et vous êtes morts), é a história de um falhado. Um homem que não passa de uma fraude e que nos deixa  a angustiante hipótese de  não passarmos também nós de uma fraude.

The Squid and the Whale, Noah Baumbach (2005)
O mais cruel filme de época, pois a época são os (nossos) anos 80. We're getting old, babe.

Before the Devil Knows You're Dead, Sidney Lumet (2007)
Com L'Adversaire, um dos filmes mais tristes da década. As cenas de Philip Seymour Hoffman no apartamento do dealer são a desolação 24 vezes por segundo.

Kill Bill, Quentin Tarantino (2003/4)
O épico da era pós-videotape. Está em representação de todos os filmes bons, maus ou péssimos, de todos géneros e autores, que me entretiveram ao longo dos últimos dez anos. E porque Tarantino tinha que estar.

In the Mood for Love, Wong Kar-Wai (2000)
Uma enorme nostalgia por um mundo onde nunca se viveu. Estética, cortesia e Nat King Cole.

Mulholland Drive, David Lynch (2001)
Um filme para ver e rever várias vezes. Mas que existe sobretudo quando estamos longe do ecrã. A uma grande distância, o que mais gostei nos anos 00.