Coisas simples e trágicas

Andam muito nervosas a Fernanda e a Isabel. O toque de finados do regime que a têm dado cobertura já se está a ouvir e, naturalmente, o fanatismo e a falta de maneiras apertam. Falei da falta de "autonomia" da maioria dos membros do Jugular no sentido político porque é de política que estamos a falar, não das vossas vidas profissionais que em muitos casos nem sequer conheço. Falei de "autonomia" por razões óbvias: colaram-se tão excessiva e cegamente a este governo e aos seus métodos de grande "decência", ignoraram e continuaram factos escancarados, que, de facto, não vejo como é que agora podem recuar sem fazerem um enorme esforço de auto-crítica. Ficava-lhes bem, mas não o fazem. Autonomia, independência, é isto. Ou temos, ou não temos. A vossa reacção, sobretudo a da Fernanda, deixa-me completamente esclarecido. É uma reacção histérica semelhante à que teve Emídio Rangel ontem na RTP. Eu percebo: isto está tudo a cair, custa ver que andámos enganados e que, se calhar, até fomos enganados. Escusam é gritar agora tanto porque ninguém vos vai ouvir.

As nossas carreiras profissionais não são para aqui chamadas, nem eu alguma vez as invoquei. Fernanda, pergunta a uma jornalista qualquer do Sol, quando uma vez fizeram um perfil sobre ti, a opinião que lhes dei. Quando o PSD te atacou a propósito da RTP, intervim na tua defesa e fá-lo-ia hoje exactamente da mesma maneira. Em matéria de dignidade pessoal e profissional, ficamos conversados. Hoje já vi que desististe de argumentar e adoptaste um tom de insulto pessoal que é perfeitamente esclarecedor sobre a tua educação algo volátil. Como é óbvio, não tens rigorosamente nada para me ensinar em nenhum destes aspectos ou em quaisquer outros. E quanto ao teu aviso de que já não vais a tempo de rectificar a tua opinião sobre mim, se há opinião que deixei de respeitar já há algum tempo é a tua. Coisas simples, como eu dizia.