Antes de tomar posse, o Mayor Carcetti foi avisado: com o cargo vem a obrigação de engolir um balde diário de merda. Nalguns dias a dose é mais carregada.
Em Portugal também não podia deixar de ser assim. MFL por exemplo, aparentemente, já engoliu vários: Santana em Lisboa, Preto nas listas nacionais e, ontem, Jardim na Madeira. A surpreendente vantagem de MFL neste exercício é que parece fazê-lo com uma enorme convicção, como se a necessidade daquelas acções desagradáveis não resultasse de um cálculo de desvantagens contra vantagens ou desvantagens maiores, mas fosse antes um imperativo moral inquestionável. É certo que estes exemplos não são moralmente iguais entre si, mas fico em todos com a mesma impressão.