Num momento em que há sólidas razões para desconfiar dos reguladores, dos órgãos de investigação policial, dos jornais e televisões, seria saudável que o Parlamento contribuísse para iluminar alguns negócios bizarros e intrigantes aqui do pedaço. Logo à cabeça (mas longe de ser filho único) destaca-se o cancelamento abrupto e inoportuno (ou muito oportuno) do Jornal Nacional e a subsequente transacção de uma participação relevante na Media Capital e respectivo financiamento.
Neste momento da história da nossa querida República o único mecanismo ainda respeitável para nos ajudar a perceber um pouco mais do que se passou seria uma comissão de inquérito da Assembleia da República com audiências públicas.
As comissões parlamentares gozam de poderes de investigação próprios das autoridades judiciais e podiam virar muita pedra à procura de lacraus. Com a enorme vantagem obrigar os media a divulgar o que lá se passasse, contra as várias forças de inércia que os impedem de tomar a iniciativa sem empurrões fortes. A verdade é que as últimas experiências não foram desanimadoras. Por mais que o jogo partidário condicione a sua acção, os resultados da comissão de inquérito seriam certamente menos insalubres do que a procissão de horrores sobre o funcionamento dos jornais e das investigações do ministério público que vão desfilando perante nós ao ritmo de fugas de informação anónimas e roubos de emails por obra sabe-se lá de quem.
Neste momento da história da nossa querida República o único mecanismo ainda respeitável para nos ajudar a perceber um pouco mais do que se passou seria uma comissão de inquérito da Assembleia da República com audiências públicas.
As comissões parlamentares gozam de poderes de investigação próprios das autoridades judiciais e podiam virar muita pedra à procura de lacraus. Com a enorme vantagem obrigar os media a divulgar o que lá se passasse, contra as várias forças de inércia que os impedem de tomar a iniciativa sem empurrões fortes. A verdade é que as últimas experiências não foram desanimadoras. Por mais que o jogo partidário condicione a sua acção, os resultados da comissão de inquérito seriam certamente menos insalubres do que a procissão de horrores sobre o funcionamento dos jornais e das investigações do ministério público que vão desfilando perante nós ao ritmo de fugas de informação anónimas e roubos de emails por obra sabe-se lá de quem.