Amigo/inimigo

O patriotismo amoroso do Miguel Morgado, respondendo ao patriotismo cognitivo do Paulo Tunhas.

Já agora, uma pergunta filosófica para o meu amigo Miguel e para o Paulo Tunhas (e também para o jansenista que gostava muito de ouvir sobre este tema) . Há dias ouvi Freitas do Amaral elogiar Mário Soares pelo facto de este ter sempre distinguido as relações pessoais do combate político. Não sei se isso será verdade no caso de Soares, mas não é aquilo que quero discutir. O que eu pretendo saber é outra coisa: será que podemos relacionar-nos pessoalmente com um inimigo político que detestamos visceralmente e que representa tudo o que nós não somos nem defendemos, ao ponto de a sua existência política colidir com a nossa? Quando é que a inimizade política se torna de tal maneira existencial, para usar uma expressão de Carl Schmitt, que não há amizade que consiga sobreviver?