Passam-se coisas suspeitas, mas não somos todos suspeitos

O que o Correio da Manhã publicou ontem sobre o João Galamba não é obviamente jornalismo e merece ser condenado sem reservas.

Esclareço que não conheço o João Galamba senão da leitura ocasional de algumas coisas que vai escrevendo, com as quais discordo quase em absoluto.

Feita a declaração de interesses, insisto: a notícia não tinha as mínimas condições para ser publicada como, aliás, sucedera já uns dias antes com uma outra sobre um patrocínio angariado pela Inês de Medeiros.

Se o Correio da Manhã tinha suspeitas, fez bem em investigar. Mas se no fim a hipótese que prefigurou (ou que lhe foi vendida) não se confirmou, nada restava senão enfiar a viola no saco e partir para outra.

Neste caso, o visado apresentou uma explicação perfeitamente plausível para as adjudicações directas. Não podia nunca o CM ter seguido em frente e publicar aquele texto perpassado de ponta a ponta por uma insinuação genérica e sustentado numa especulação risível sobre a inconsistência da justificação apresentada.
Como esta incompetência lesiva ou leviandade criminosa, o Correio da Manhã só conseguiu descredibilizar-se e permitir que tudo seja misturado. Só contribuiu para tornar tudo mais insalubre e enfraquecer qualquer luz que pudesse brilhar no fim deste túnel de infeliz confusão em que vivemos.