Paulo Gorjão nem começa mal. Pode ser aborrecido e enganador discutir currículos. Conheço muito boa gente com grandes currículos profissionais e académicos que não dariam bons políticos, bons governantes ou bons primeiros-ministros. Nestas coisas prefiro ser negativo. Impressiona-me mais os sinais evidentes de falta de currículo do que os indícios de excelência.
Vejo no entanto que Gorjão, professor ao que sei de relações internacionais, está mal-informado sobre a carreira académica em direito. Se ele não se importar, alguns esclarecimentos. Primeiro: uma parte significativa dos académicos em direito nas universidades portuguesas conclui o doutoramento depois dos 35 anos. É uma tradição que está a mudar, que não existe lá fora, mas que ainda se mantém por cá. Aos 35 ou 36 anos, Paulo Rangel não tinha terminado o doutoramento tal como muitos outros da idade dele não o fizeram ou só o fizeram depois. E deixo outra informação: aos 35 ou 36 anos, Paulo Rangel já tinha escrito um livro importante (Repensar o poder judicial), além de vários estudos de direito constitucional de uma enorme qualidade, reconhecida aliás pelos seus pares.
Vejo no entanto que Gorjão, professor ao que sei de relações internacionais, está mal-informado sobre a carreira académica em direito. Se ele não se importar, alguns esclarecimentos. Primeiro: uma parte significativa dos académicos em direito nas universidades portuguesas conclui o doutoramento depois dos 35 anos. É uma tradição que está a mudar, que não existe lá fora, mas que ainda se mantém por cá. Aos 35 ou 36 anos, Paulo Rangel não tinha terminado o doutoramento tal como muitos outros da idade dele não o fizeram ou só o fizeram depois. E deixo outra informação: aos 35 ou 36 anos, Paulo Rangel já tinha escrito um livro importante (Repensar o poder judicial), além de vários estudos de direito constitucional de uma enorme qualidade, reconhecida aliás pelos seus pares.
Segundo: é provável que Rangel não tenha nenhum paper publicado em revistas internacionais com sistema de peer review. Mas se me derem 5 nomes de académicos portugueses em direito que publicaram em revistas internacionais com peer review, ficava agradecido. De facto: não temos muito essa tradição em Portugal.
A propósito de currículos, sugiro a leitura deste autor (via FNV): "Rangel é um jurista de primeira água, para mim o melhor da sua (minha) geração. Possui uma cultura vastíssima e é um orador nato. Não é por acaso, e muito menos por favor, que vai liderar a bancada do PSD no seu primeiro mandato como deputado. Quando os adeptos de Ferreira Leite falam em ‘credibilidade’, olho para os nomes que a acompanham e merecedor desse epíteto só vejo Rangel." Não consta que o currículo de qualidades jurídicas, culturais e coloquiais de Rangel tenha mudado. Mudaram algumas opiniões, é verdade. O Carlos Abreu Amorim, por exemplo, deu a volta ao sistema solar.